
Seu nome vem do latim "rubeus" ou "ruber", que significa vermelho. O Rubi é a variedade vermelha do mineral coríndon, enquanto todas as outras cores são chamadas de safira. Nem todas as amostras de coríndon possuem a transparência e cor necessárias para serem consideradas gemas.
Por muito tempo, o rubi foi chamado de "carbúnculo", sendo confundido com o espinélio vermelho e a granada piropo. Somente por volta de 1800 ele foi classificado, junto com a safira, no grupo do coríndon. A cor mais apreciada é o vermelho-sangue com uma ponta de azul, com tonalidades notáveis, uma delas dita "sangue de pombo".
Nomes como "rubi do Sião" ou "rubi da Birmânia" distinguem apenas a cor, não a qualidade intrínseca. O rubi frequentemente contém inclusões (minerais, líquidos, etc.), que não afetam a qualidade da gema, mas garantem sua autenticidade em relação às pedras sintéticas. Inclusões de rutilo podem dar ao rubi um aspecto sedoso e, quando lapidado em cabochão, podem causar o asterismo (efeito estrela) ou o olho de gato.
Falar de rubi é falar da Birmânia (atual Myanmar), de onde foram extraídos e ainda são produzidos os mais belos rubis do mundo, que fascinaram príncipes e marajás indianos. Uma nova jazida em Moçambique (Montepuez) também produz rubis de alta qualidade. O rubi e os coríndons são as pedras mais duras depois do diamante, com dureza 9 na escala de Mohs.
Propriedades e Locais de Extração
O rubi é extraído na África, Ásia e Austrália. Eles são mais comuns em Myanmar, no Sri Lanka e na Tailândia, mas também são encontrados em Montana e na Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Algumas vezes, ocorrem juntamente com espinélios nas mesmas formações geológicas, causando confusão entre as duas espécies, embora bons exemplares de espinélios vermelhos tenham um valor próximo ao do rubi.
O maior rubi-estrela do mundo é o Rajaratna, que pesa 495g.
Métodos de Extração e Jazidas
O rubi é encontrado nas rochas, mas sua exploração é raramente lucrativa. Por isso, é preferível "apanhá-lo" em aluviões. Os métodos artesanais de produção não foram modificados há séculos. A exploração em Mogok, na Birmânia, existe desde o século XV. Os rubis são transportados pelos rios até os aluviões, de onde são extraídos por meio de poços. Existem também galerias de minas que podem atingir 2,5 km de comprimento.
Outras jazidas notáveis incluem as de Chanthaburi (Tailândia), que produzem pedras de cor castanha ou violeta; as de Ratnapura (Sri Lanka), com pedras vermelho-claro a framboesa; e a do rio Umba (Tanzânia), que produz rubis castanho-avermelhados.
Outras jazidas existem no Afeganistão, Índia, Nepal, Paquistão, Camboja, Vietnã, Brasil, Estados Unidos, Quênia, Madagascar, Malaui, Zimbábue, Macedônia, Suíça, Noruega, Groenlândia e Austrália.
Mitos, Lendas e Simbolismo
Desde sua descoberta, o rubi tem um valor comercial e místico. Uma lenda diz que o rubi possui uma chama interna, garantindo-lhe um caráter sagrado, potencializado em joias usadas no lado esquerdo do corpo. Hindus descrevem seu brilho como "um fogo eterno a arder dentro da gema".
O rubi é citado na Bíblia como pedra sagrada, comparado às lágrimas de Buda no budismo e, no hinduísmo, acredita-se que ele surja do sangue de Azura. Acreditava-se que os rubis podiam estancar sangramentos, proteger seus donos, trazer harmonia com vizinhos e favorecer o amor, a beleza e o sucesso.

Propriedades Metafísicas
O rubi é considerado o símbolo da caridade e da lealdade. Suas vibrações contêm a força primordial que harmoniza o amor divino, a coragem e a alegria. Ele ajuda a trazer realismo aos sonhadores, auxiliando-os a compreender e aceitar as dificuldades da vida material. Por ser uma pedra de poder, foi usada por chefes guerreiros em combate, com o vermelho simbolizando a coragem e a força. O rubi também facilita a memória e fortalece os órgãos genitais.
É uma pedra associada ao chakra da Base, sendo desaconselhada para pessoas autoritárias ou irritadas, pois pode exagerar essas tendências. Para o Leão, o rubi eleva sua sexualidade primária ao amor do coração. Para o Escorpião, transforma impulsos emocionais fortes em amor incondicional. Para o Áries, favorece a evolução, tornando suas energias mais sutis, reforçando a intuição e a criatividade.
Ficha Técnica e Curiosidades
- Cor Principal: Vermelho; a tonalidade mais procurada é o vermelho "sangue de pombo".
- Cor do Traço: Branco.
- Brilho: Diamantado, vítreo.
- Dureza: 9.0 (na escala de Mohs).
- Densidade: 3.97 a 4.05.
- Clivagem: Nenhuma.
- Fratura: Concoide, irregular.
- Signos do Zodíaco: Áries, Leão, Escorpião.
- Signo do Zodíaco Chinês: Porco.
- Mês: Julho.
- Gemas Aproximativas: Almandina, Andesina, Piropo, Espinélio, Turmalina, Zircão.
Rubis Famosos e Históricos
Os grandes rubis são mais raros que os diamantes do mesmo tamanho, e por isso têm um custo muito elevado. O maior já encontrado, em 1961, pesava 3.421 quilates, sendo quebrado posteriormente para lapidação, com o maior fragmento pesando 750 quilates.
Entre os rubis célebres estão o "Edwards Ruby" do British Museum (167 quilates), o rubi-estrelado Roser Reeves (138,7 quilates) no Smithsonian Institution, e o rubi-estrelado De Long (100 quilates). Curiosamente, algumas pedras historicamente famosas, como o "Rubi do Príncipe Negro" na Coroa da Inglaterra, o "Rubi de Tamerlão" e os espinélios da Coroa dos Wittelsbach, se mostraram ser espinélios e não rubis.