Escrito por Eduardo Freitas (Capa)
OS CHAKRAS
CONFORME DESCRITOS NOS UPANISHADS
Chakras ( Para comprar clik aqui)
Prefácio
Namastê, amigos:
Continuamos o nosso trabalho que teve seu início em 1998, onde
discutimos as origens do Yoga, sua estruturação e suas linhas e
técnicas, passando pelo conhecimento do corpo humano e seus
principais sistemas de vida física e chegando a sua vida sutil
onde descrevemos parcialmente os seus sete corpos e também
comentamos algo a respeito dos centros de energia (Chakras) de
um maneira muito simples e básica. Agora dando continuidade as
estudos mais profundos do ser humano descreveremos esses
chakras de uma forma mais complexa, vivenciada por alguns
mestre como o hindu Purnananda, um guru de Bengala que em 1577
compilou o Shat-Chakra-Nirupana (Descrição dos Centros de
energia), e ainda comparamos sua descrição com outros textos
dos Upanishads. Mas nosso trabalho não parará por aqui, visto
que nosso corpo possui uma infinidades de outros pequenos
chakras e mistérios, portanto continuaremos nossas pesquisas em
busca de um maior conhecimento da Vida.
Dedicamos este trabalho ao mestre " Introdução
Com muita propriedade, os Upanishads são considerados uma parte
dos Vedas, a mais antiga literatura canônica do Hinduísmo, que
tem sua origem no começo do primeiro milênio a. C.. Entretanto,
os Upanishads nos quais estaremos pesquisando foram composto
muito mais tarde. Dentro de nosso trabalho enfocaremos
descrições encontradas em dois textos:
• Chudamini Upanishad
• Yoga-Shikka Upanishad
Para efeito de comparação, faremos referência também a
passagens de textos apresentados no Saht-chackra-nirupana e no
intuito de esclarecer a natureza dos nadis e dos outros
aspectos sutis descritos nesses Upanishads.
O Yoga Chudamani Upanishad – Explica o significado de três
corpos do homem. Registra que na criação primordial, foi criado
um espaço vazio (ou éter) de Brahman, o Único, o mais sublime
princípio do Universo. A partir disso, foram criados
seqüencialmente o ar, o fogo, a água e a terra. Desses cinco
"elementos " difundem-se todas as coisa e os elementos
sustentam a sua forma manifesta.
As divindades que imperam nesses cinco reino são Shiva,
Ishvara, Rudra, Vishnu, e Brahma, respectivamente. Brahma, o
senhor da Terra, é tido como o criador dos deuses, dos anjos,
dos humanos, dos planetas e assim por diante. Resumindo, o ser
humano é um composto de cinco elementos divido em partes ou
corpos. Há parte composta por elementos físicos "material
palpável" (Sthulasharira); também existem partes formadas por
elementos sutil (Sukshmasharira); e ainda partes formadas por
todas as causas que fazem o ser humano um ser individual que é
conhecida como corpo causal (Karanasharira). Dentro do causal,
as três gunas existem numa condição harmoniosa de perfeito
equilíbrio. Entretanto nas camadas inferiores, esse equilíbrio
entre as gunas não existe, resultando numa interação (Jati)
dinâmica entre eles. Os sete ou nove chakras são os centros do
sistema de energia no corpo sutil, e os nadis são os canais que
distribuem essa energia. Esses Upanishads insinuam que as
pessoas que desejam obter libertação precisam aprender a
localização dos Chakras através da experiência pessoal,
indagando; "como pode aquele que não reconhece os chakras em
seu próprio corpo alcançar a libertação?". No geral, os três
Upanishads em questão parecem partilhar dessa mesma atitude,
visto que as descrições da localização, da estrutura e das
funções dos chakras são extremamente resumidas.
Yoga-shikka Upanishad apresenta as informações mais detalhadas
a respeito dos chakras. Por exemplo:
O corpo humano é a morada do deus Shiva. Acredita-se que todo
ser humano dotado de sua presença consegue realizar todos os
seus anseios. O chakra muladhara, localiza-se entre o ânus e os
órgãos genitais, possui um formato triangular. (Capítulo 1,
verso 168)
A área a que se refere o verso acima é o períneo. A Kundalini
shakti, a principal força material do universo, muitas vezes
representada pelo símbolo de um triângulo invertido, localiza-
se exatamente nesse local. Na postura da meditação conhecida
como Sidhasana, pressiona-se o calcanhar contra o períneo para
ajudar a ativar esse poder.
O chakra Svadhistana, de formato hexagonal, localiza-se na base
dos órgãos genitais. O círculo que se encontra ao redor do
umbigo possui dez partes e é denominado Manipuraka (o chakra
Manipura). (Capítulo 1, verso 172)
O grande círculo com doze partes radiadas, localizado no
coração, é chamada Anahata (o chacra Anahata) (Capítulo 1,
verso 173)
No interior da cavidade da garganta, existe um círculo de
dezesseis partes radiais chamado Vishuddhi (pureza). O ponto
chamado Jalandhara fica exatamente neste local. (Capítulo 1,
verso 174)
Ajna (ordem), que se localiza entre as sobrancelhas e possui
duas pétalas, é o mais eminente de todos os círculos. Neste
ponto localiza-se, de cabeça para baixo, o ponto chamado
Uddayana. (Capítulo 1, verso 175)
O Yoga Chudamani Upanishad também cita que o chakra Ajna se
localiza entre as sobrancelhas, condizendo com muitas doutrinas
posteriores. O Yoga Kundalini Upanishad, entretanto, afirma que
Ajna localiza-se no alto da cabeça(entrecenho), ponto
normalmente associado ao Sahasrara.
O texto mais detalhado, Yoga-shikka Upanishad, não menciona o
Sahasrara , porém existe uma pequena referência a respeito no
Yoga Chudamani Upanishad:
No alto da cabeça (portão de Brahman), ou no Mahabatin, existem
mil pétalas. (V erso 6 )
Nos Upanisahds não se encontram mais detalhes, apenas uma
descrição sistemática das verdadeiras sensações associadas ao
despertar dos chakras. Contudo, o Yoga Chudamani Upanishad
registra:
Aquele que descobrir um disco de luz, como uma pedra preciosa
no umbigo, é um conhecedor de Yoga. Esse disco brilha com uma
luz dourada, semelhante ao relâmpago. (Verso 9)
Tal descrição de um disco brilhante percebido no umbigo
corresponde à verdadeira aparência da aura que surge ao se
ativar o chakra Manipura. Isso tem sido observado através da
percepção extrasensorial, por inúmeros iogues, tanto no Oriente
como no Ocidente, e no decorrer das eras.
Existe também algumas descrições de sons psíquicos associados
com os chacras Muladhara, Anahata e Vishuddhi da seguinte
maneira:
Surge nela um som (Kundalini Shakti no chakra muladhara), como
se um broto rebentasse de um minúscula semente. O yogue sabe
que o chakra está testemunhando tudo. Desse modo surge o
verdadeiro yogue. (Verso 3)
Sons graves (ghosa) e agudos (garja), como trovões num temporal
manifestam-se no coração, onde reside a shakti. (Verso 4)
Então, através da respiração e daquilo que se conhece como
escala musical, surge Vaikhari (o mais puro som universal),
pelo ritmo dos lábios e da língua em sua dança entre os dentes
e o céu da boca. (Verso 5)
Muitos eruditos e entendidos em Yoga consideram o Shat-chakra-
nirupana (descrições dos seis centros) como um das melhores
descrições a respeito dos chakras e nadis. Foi compilado em
1577 pelo hindu Purnananda, um guru de bengala. Seu nome de
batismo era Jagadananda; assumiu o nome de Purnananda quando
foi iniciado pelo seu guru Brahmananda. Mais tarde, ele foi
para Kamarupa em Assam. Acredita-se que obteve seu siddhi num
ashram, o Vashishthashrama, que existe até hoje. Viveu sempre
como um homem santo e compilou diversos tratados sobre tantra.
Na verdade, o Shat-chakra-nirupana é apenas uma seção (parte 6)
de um trabalho bastante longo intitulado Shri-tattva-cintamini.
Início
O chakra Adhara (Muladhara)
• Este lótus ligas-se à abertura de Sushumna, e
localiza-se abaixo dos órgãos genitais e acima do ãnus. Possui
quatro pétalas de cor vermelha. Sua cabeça inclina-se para
baixo. Em suas pétalas existem quatro letras, de Va até Sa, na
cor dourado brilhante.
• Neste lótus, a parte quadrada no Prithivi (o elemento
terra) é circundada por oito hastes brilhantes; possui a cor
amarela resplandecente e é bonita como a luz; assim também o é
bija (a mística palavra "semente" do chakra, aqui, "Lam") do
Prithivi interior.
• Este Bija está ornamentado com quatro braços e montado
no rei dos elefantes, ele carrega em seu colo o menino criador,
resplandece como sol da manhã e possui quatro braços e cabeças
brilhantes.
• Aqui reside uma Devi (deusa), de nome Dakini; seus
quatro braços brilham cheios de beleza e seus olhos são
vermelhos, cintilantes. Ela reluz como brilho de muitos sóis
que se erguem ao mesmo tempo. É a portadora da revelação de uma
inteligência eternamente pura.
• Próximo à entrada do Nadi chamado Vajra, e no
pericarpo, existem constantemente luzes de suave beleza e
luminosidade, no formato triangular, que é Kamarupa, também
conhecido como Traipura. Sempre e em todo lugar existe o Vayu
(foça vital) denominado Kandarpa (o deus do amor); possui a cor
vermelho escura e é o senhor dos seres, resplandecente como dez
milhões de sóis.
• Dentro do triângulo esta Svayambhu ("o auto
originado")em sua forma de Linga (Shiva Linga), bonito como
ouro moldado, e com a cabeça para baixo. Ele é revelado através
do conhecimento (Jnana) e da meditação (Dhyana) e possui o
formato e a cor de uma folha nova. É tão belo como os primeiros
raios de luz e com o encanto da lua cheia. O deva (deus) que
vive aqui alegremente possui a forma de um redemoinho.
• A adormecida Kundalini brilha acima de Shiva Linga,
fina como a fibra de um caule de lótus. Ela é Maya (a
desorientada)neste mundo, cobrindo gentilmente a cavidade na
cabeça de Shiva Linga. Como espiral de um concha, sua brilhante
forma, semelhante a cobra, da três volta e meia em torno do
Shiva Linga, e seu brilho se parece com um forte raio de luz.
Seu doce murmúrio é como o vago zumbir de enxames de abelhas
loucas de amor. Ela cria poesias melodiosas e composições em
prosa e verso em sânscrito e em outras línguas. Ela sustenta
todos os seres do mundo através da inspiração e da expiração, e
reluz na cavidade da raiz do lótus como uma corrente de luzes
brilhante.
• No interior do Shiva Linga domina Para, que desperta o
conhecimento eterno. Ela é Kala onipontente (uma forma de nada
(som) Shakti) surpreendentemente habilidosa na criação; é mais
sutil do que ser mais sutil. Ela é o receptáculo da continua
torrente de ambrosia que flui da glória eterna. Através de sua
irradiação, todo Universo é iluminado.
• Meditando no para (ou Kundalini) que brilha dentro do
chakra Mula com o brilho de dez milhões de sóis, o homem
torna-se o senhor da palavra, Rei entre os homens e um adepto
de todos os tipos de ciência. Torna-se livre, para sempre, de
todas as moléstias, e seus espírito interior enche-se de
júbilo. Com perfeita disposição, ele serve ao primeiro dos
Devas através de suas palavras profunda e melodiosas. (Versos 4
a 13)
Início
O Chakra Svadhishthana
• Existe outro lótus localizado dentro do Sushumna na
base dos órgãos genitais, de cor escarlate. Em suas seis
pétalas estão as letras de Ba a La, com o Bindu (ponto)
sobreposto sobre cada uma delas, com a cor brilhante de um
raio.
• Dentro deste lótus encontra-se a região branca,
brilhante e aquosa de Varuna, na forma de um crescente; e neste
lugar, sentado sobre um Makara (animal legendário que lembra um
crocodilo) está o Bija Vam (ligado ao princípio da água, assim
como o Bija "Lam" do Muladhara que se relaciona com o elemento
terra). Ele é imaculado, branco como a lua outonal.
• Hari (Vishnu) está dentro do bindu de Vam, e na
arrogância do começo da juventude, seu corpo é de um lindo azul
luminoso, digno de se contemplar; vestido com trajes amarelos,
possui quatro braços, e usa o Shrivasta (um afortunado caracol
no peito de Vishnu) e Kaustubha (uma grande pedra preciosa) –
resguardai-nos!
• É aqui que Rakini habita perpetuamente. Ela possui a
cor de um lótus azul. A beleza de seu corpo é realçada por seus
braços erguidos segurando diversas armas. Ela está vestida com
trajes e ornamentos celestiais, e sua mente é exaltada pela
absorção de ambrosia (que goteja de Sahasrara).
• Aquele que medita neste lótus imaculado, denominado
Svadhishthana, torna-se imediatamente livre de todos os
inimigos, tais como luxúria, a ira, a cobiça e assim por
diante. Ele se torna um rei entre os yogues, e é como o sol
iluminando a escuridão da ignorância. A riqueza de sus palavras
flui como néctar em verso e prosa num discurso bem racional.
(Versos 14 a 18)
Início
O Chakra Manipuraka (Manipura)
• Acima de Svadhishtana, na base do umbigo existe um
lótus brilhante de dez pétalas, na cor de nuvens carregadas de
chuva. Dentro dele estão as letras de Da a Pha, na cor de um
lótus azul, com o nada e o Bindu acima delas. Deve-se meditar
aí, na região do fogo, na forma triângular e brilhante como o
sol nascente. Em suas laterais existem as três marcas Svastika
(uma de cada lado do triângulo) e dentro do próprio Bija de
Vahni (isto é, o mantra do Fogo, "Ram ").
• Medite sobre aquele que está sentado num carneiro, com
quatro braços, radiante como o sol nascente. Em seu colo,
reside por toda a eternidade Rudra, de cor puramente escarlate.
Ele (Rudra) é branco com as cinza que o cobrem; possui um
aspecto venerável e três olhos. Suas mãos posicionam-se na
atitude de conceder dádivas e de dissipar o temor. Ele é o
destruidor da criação.
• Aqui habita Lakini, a benfeitora de tudo. Ela tem
quatro braços, um corpo radiante, pele escura: veste trajes
amarelos e está adornada com muitos ornamentos; é exaltada
pelas gotas de ambrosia. Através da meditação neste lótus do
umbigo, adquire-se o poder de criar e de destruir (o mundo).
Vani (o Deus da palavra, que é Sarasvati) com todas as riquezas
do conhecimento, habita eternamente neste lótus com seu símbolo
(o do fogo, representado pelo mantra – semente "Ram"). (Versos
19 a 21)
O Chakra Anahata
• Acima do Manipura, no coração, está o encantador lótus
de cor brilhante (carmesim) da flor Bandhuka, com doze letras
começando com Ka, de cor vermelho escarlate. É conhecido pelo
nome de Anahata, e é como a árvore celestial do desejo, que dá
sempre mais do que se pede. É aqui a região do Vayu (vento),
bonito e com seis cantos, da cor da fumaça.
• Medite dentro da região da Vayu no encantador e
eminente Pavana Bija (o princípio do chakra Anahata, o Bija de
Vayu "Yam"), cinzento como uma nuvem de fumaça, com quatro
braços e sentado sobre um antílope preto. E dentro dele, medite
também sobre a morada de Mercy, o senhor imaculado que brilha
como o sol e cujas duas mãos fazem o gesto de quem concede
dádivas e dissipa os temores dos três mundos.
• Aqui reside Kakini, de cor amarela como luz, alegre e
esperançosa; ela possui três olhos e é benfeitora de tudo. Usa
todos os tipos de ornamentos, e em suas quatro mãos carrega o
laço e o crânio, e faz sinal da benção com gotas de néctar.
• Shakti (poder, cujo corpo delicado se parece com dez
milhões de raios de luz, está no pericarpo deste lótus em forma
de triângulo. Dentro do triângulo encontra-se o Shiva Linga
conhecido pelo nome de Bana. Este Linga é como, ouro brilhante,
e em sua cabeça existe um minúsculo orifício como o da
perfuração de uma jóia. É a morada resplandecente de Lakshmi (o
Devi da prosperidade)
• Aquele que medita neste lótus do coração torna-se como
o senhor da palavra, e como Ishvara ele é capaz de proteger e
destruir os mundos. Este lótus é como a árvore celestial do
deseja, a morada e trono de Shiva. É embelezado pelo Hansa
(aqui o Jivatma, a alma individual) que é constante como a
chama de uma cadeia num local sem vento. Os filamentos que
circundam e enfeitam seu pericarpo, iluminados pela região
solar, são encantadores.
• Em primeiro lugar os yogues, ele (aquele que medita no
lótus do coração) é sempre o mais querido entre os queridos das
mulheres. É sábio por excelência e repleto de atos nobres.
Possui perfeito controle sobre os seus sentidos. Sua mente,
nesta concentração extrema, está absorta em pensamentos sobre
Brahman. Suas palavras inspiradas fluem como um corrente de
água pura. Ele é como o Devata que é armado por Lakshmi, sendo
capaz de entrar no corpo de outra pessoa quando desejar.
(Versos 22 a 27)
O Chakra Vishuddhi
• Na garganta encontra-se o lótus chamado Vishuddhi, puro
e de cor roxa fosca. Todas as dezesseis sílabas brilhante
sobrepostas em suas dezesseis pétalas, de cor carmesim, são
nitidamente visível para aquele cuja mente estiver iluminada.
No pericarpo deste lótus está a região celestial, de formato
circular e branca como a neve encontra-se sentado o bija de
Ambara (a região celestial; seu bija é "Ham") também de cor
branca.
• Dos quatros braços de Bija, dois seguram o laço e o
aguilhão, e os outros dois fazem os gestos de conceder dádivas
e de dissipar o temor. Isso completa sua beleza. Em seu colo
reside eternamente o grande Deva branco como a neve, com três
olhos, cinco faces, dez belos braços; Bija veste uma pele de
tigre. Seu corpo esta unido ao de Girija (título do Devi
concebido como filha do rei da montanha), e é conhecido pelo
seu nome Sada-Shiva (Sada – sempre, Shiva – beneficência).
• Mais puro do que o oceano de néctar, Shakti Sakini
habita este lótus. Sua vestes são amarelas, e em sua quatro
mãos de lótus ele carrega o arco, a flecha, o laço e o
aguilhão. Toda a região da lua sem a marca do Hare (Hare é o
termo indiano equivalente a "homem da lua ") localiza-se no
pericarpo deste lótus. Essa região é o limiar da grande
libertação para aquele que deseja a felicidade da Yoga e cujos
sentidos forem puros e controlados.
• Aquele que alcança o completo conhecimento de Atma
(Brahamn) concentrando-se constantemente neste lótus, torna-se
um grande sábio eloqüente. Ele vê os três estágios e torna-se
benfeitor de tudo; livre de doenças e de aflições, possui vida
longa e como Hansa (aqui Antaratma, o eu verdadeiro, que habita
o pericarpo do chakra Sahasrara), é o destruidor dos perigos
eternos.
• Yogue, com sua mente constantemente concentrada neste
lótus e com sua respiração controlado por Kumbhaka (retenção),
pode mover os três mundos se ficar zangado. Nem Brahma nem
Vishnu, nem Hari-Hara (a forma concebida de Vishnu e Shiva) nem
Surya (o Deus do Sol) nem Ganapa (o Deus da sabedoria e
protetor contra os obstáculos) é capaz de controlar esse poder.
(Versos 28 a 31 – A)
O Chakra Ajna
• lótus chamado Ajna é como a lua, lindamente branco. Em
sua duas pétalas estão as letra Há e Ksha, as quais também são
brancas e de elevada beleza. Ele brilha com a glória de Dhyana
(meditação). Dentro dele encontra-se Shakti Hakini, cujas seis
faces são como muitas luas. Ela possui seis braços, num deles
segura um livro (o gesto do esclarecimento); dois outros estão
levantados, em gesto destinados a dissipar o temor e conceder
dádivas; com os outros, ela segura um crânio, um pequeno tambor
e um rosário (com qual é feita a recitação da mantra). Sua
mente é pura.
• Dentro deste lótus habita a mente sutil (manas). Já é
bem conhecido. Dentro do Yoni (que habitualmente significa os
órgãos genitais femininos, e é simbolizado por um triângulo.),
no pericarpo, encontra-se Shiva denominado Itara em sua forma
fálica. Aqui ele reluz como um feixe de luz. O primeiro Bija da
veda (Om), que é morada da mais sublime Shakti, e que por seu
brilho torna visível o Nadi Chitrini. O sadhaka (praticante de
yoga a caminho da realização) com a mente bem firme, deveria
meditar sobre esses elementos, de acordo com a seqüência
prescrita.
• eminente Sadhaka, cujo Atma (o ser verdadeiro) nada
mais é que meditação nesse lótus, é capaz de entrar rapidamente
no corpo de outra pessoa quando desejar; ele se torna o mais
eminente entre os Munis (perfeitos praticantes de yoga dhyana);
ele tudo sabe e tudo vê. Torna-se o benfeitor de tudo e é
versado em todos os Shastras (Textos e comentários sagrados).
Poderes eminentes e desconhecidos (Siddhi). Célebre e longevo,
ele se torna para sempre o criador, o destruidor e preservador
dos três mundos.
• Dentro do triângulo deste chakra está a combinação da
letras A e U que formam, o Pranava (a sílaba sagrada Om). O
atma interior é como um mente pura (Buddhi) e lembra um chama
em seu esplendor. Acima dele está a lua crescente, e mais acima
Ma-kara (a letra M), brilhante em sua forma de Bindu (este M,
junto com A e U, forma Aum – Om, o bija mantra da chakra Ajna).
Acima encontra-se Nada, cuja brancura assemelha-se á da lua,
propagando seus raios.
• Quando o yogue fecha a casa que paira no ar sem apoio
(isto é, rompe as conexões da mente com o mundo físico,
executando o Yoni mudra, em que a boca, os ouvidos, as narinas,
os olhos e os orifícios genitais e anais são complemente
fechados. Através desta prática constante, torna-se dissolvido
nesse local que é a morada da glória ininterrupta, então ele
vê, dentro do ponto logo acima (o triângulo), faíscas de fogo
brilhando de forma inconfundível.
• Ele vê também a luz na forma de um clarão flamejante.
Ela brilha com o resplandecente brilho do sol das manhã, que
fulgura entre o céu (Sahasrara)e a terra (Muladhara), é aqui
que Shiva Parama manifesta sua plenitude de poder. Ele não
conhece a decadência e testemunha tudo, e se apresenta aqui do
mesmo modo como está na região do fogo, da Lua e do Sol
(Sahasrara).
• Esta é a incomparável e encantadora morada de Vishnu. O
yogue eminente, por ocasião de sua morte, coloca jubilosamente
seu fôlego vital (Prana) neste ponto e entra (depois da morte)
no supremo, eterno, primeiro Deva, o Purusha, que já existia
antes dos três mundo, e que é conhecido por Vedanta.
• Quando os atos do yogue são bons em todo o sentido
através do serviço dos pés de lótus do seu guru, então ele
verá, acima do chakra Ajna, a forma do Mahanada (o grande Nada)
e terá para sempre, no lótus de suas mãos, o siddhi da palavra.
O Mahanada, local de desagregação do Vayu, compõe-se em parte
por Shiva e tem o formato de um arado; é sereno, concede
dádivas e dissipa o temor, e também manifesta uma inteligência
pura (Buddhi). (Versos 32 a 39)
O Chakra Sahasrara
• Acima de todos esses espaços vagos passa o nadi
Shankhini, e abaixo do portão de Brahman, localiza-se o lótus
de mil pétalas. Este lótus, brilhante, é ainda mais branco do
que a lua cheia, possui sua cabeça virada para baixo. Ele
encanta as pessoas. Seus filamentos agrupado são da cor do sol
nascente. Seu corpo é luminoso e possui letras a partir do A ;
ele é a glória absoluta.
• Dentro do Sahasrara está a lua cheia, sem a marca do
Hare, reluzindo como num céu aberto. Ele espalha seus raios
abundantemente, e é úmido e frio como o néctar. Em seu
interior, brilhando constantemente como luz, está o triângulo e
dentro deste, também brilha o grande vazio (Bindu) que é
servido secretamente por todos os devas.
• Bem escondido e atingível apenas através de muito
esforço, está o delicado Bindu (a fase da lua que representa o
nirvana) com Ama Kala (sua fase de gotejar néctar). Aqui
encontra-se o Deva conhecido por todos como Shiva Parama. Ele é
o Brahman e o Atma de todos os seres. Nele unificam-se Rasa (a
experiência da glória suprema) e Virasa (a glória, fruto da
união de Shiva com Shakti). Ele é o sol que destrói a escuridão
da ignorância e da ilusão.
• Espalhando um constante e profuso jorro de uma essência
semelhante ao néctar, o senhor instrui o Yati (auto controle)
da mente pura no conhecimento pelo que realiza a integridade de
Jivatma (a alma individual) e Paramatma (a alma do Universo).
Assim este impregna todas as formas de glória, conhecida pelo
nome de Hamsah Parama.
• Os adoradores de Shiva chamam-no de a morada de Shiva;
os adoradores de Vishnu chamam-no de local de Parama Purusha;
os adoradores de ambos chamam-no de lugar de Hari- Hara [ as
individualidades de Hari (Vishnu) e Hara (Shiva)]. Aqueles que
possuem um paixão pelo pé de lótus de Devi (Deusa Shakti)
chamam-no de ótima morada de Devi; os adoradores de Hamsah
Mantra [ Hamsah é a união de Purusha(o ego puro ou verdadeiro,
"Ham") e Prakriti (a substancia original, "Sah")] chamam-no de
lugar imaculado de Prakriti-Purusha.
• mais elevado dos homens que conseguir controlar sua
mente e conhecer esse lugar, nunca mais nascerá no Wardering
(este mundo cármico), pois não existe mais nada que ligue a
esses três mundos. Com sua mente controlada e seu objetivo
alcançado, ele possui completo poder de fazer tudo o que
desejar, e de prevenir tudo que for contrário a seus desejos.
Ele vai sempre na direção de Brahman (ou "ele é capaz de vagar
pelos céus"). Sua fala, seja em prosa ou em verso é sempre pura
e doce.
• Aqui está a eminente décima sexta Kala (fase) da lua
(Ama-Kala). Ela é pura e assemelha-se em cor ao sol nascente.
Ela é tão fina como a centésima parte de um fibra no pedúnculo
de um lótus. É reluzente e delicada como dez milhões de faíscas
do raio, e está de cabeça para baixo. Dela, cuja origem é o
Brahman, flui abundantemente um interminável corrente de néctar
(ou "ela é o receptáculo do fluxo do excelente néctar que parte
da bem aventurada união de Shiva e Shakti").
• Dentro dela (Ama-kala) está Nirvana-Kala, mais eminente
do que a eminente (Ama-Kala). Ela é tão fina como a milésima
parte de um fio de cabelo, e tem o formato de uma lua
crescente. Ela é a eterna Bhagavati, a Devata (divindade) que
impregna todos os seres. Ela transmite o conhecimento divino e
é tão reluzente como todos os sóis brilhantes de uma só vez, ao
mesmo tempo.
• Dentro deste meio espaço (isto é, a metade do Nirvana-
Kala) brilha a suprema ou primordial Nirvana Shakti. Ela é a
mãe dos três mundos, é muito sutil, como a decima milésima
parte de um fio de cabelo. Possui em seu interior, jorrando
constantemente, o fluxo da satisfação; é a vida de todos os
seres. Ela leva graciosamente o conhecimento da verdade para a
mente dos sábios.
• No interior do Nirvana Skakti está o local denominado
morada permanente da Shiva, onde não existem Käla (tempo) nem
Kalä (espaço). Está livre de Maya (o mundo ilusório restrito em
tempo e espaço), alcançável apenas pelo Yogues e conhecido pelo
nome de Nityanada. Está repleto de muitas formas de glória e do
próprio conhecimento puro. Algumas chamam de Brahman; outros de
Hamsa, Sábios descrevem-no como morada de Vishnu, e os homens
virtuosos se referem a ele como a um lugar indescritível do
conhecimento do Atma, ou local da libertação. (Versos 40 a 49)
Início
Conclusão
Conforme nossos estudos, pudemos verificar um intensa ligação
entre os Ckakras e os nadis (canais energéticos), sendo que a
possibilidade de despertar qualquer um desses centros ( Chakras
) é muito difícil, devido a má qualidade de vida física e
emocional pela qual a humanidade vivência neste fim de século,
mas não impossível. Contudo, através de um conceito interior,
agrupado a uma infinidade de técnicas yóguicas e com uma
conduta diária de harmonia e de entendimento de sua passagem
pelo mundo como seres humano, há uma grande possibilidade de
vivenciar o aumento de sua energia nesses vórtices e até há a
possibilidade de uma iluminação em um desses centros. Portanto,
devemos sempre buscar essas técnicas através do auxílio de um
grande mestre ou professor ou ainda de uma escola de
responsabilidade, pois para você criar um desarranjo energético
nesses centros é muito simples e rápido, mas para corrigí-los
novamente poderá levar décadas chegando ao ponto de criar um
problema mental gravíssimo (Loucura Total) devido a falta de
preparação física e psicológica de seu ser. Então concluímos
que devemos caminhar passa a passo e sem pressa, iniciando
através do Hatha Yoga, vivenciando seu corpo gradativamente
através dos Assanas, Pranayamas e Concentração , compreendendo
o sentido dos Yamas e Nyamas e só assim, após um bom tempo de
prática, começar e experimentar técnicas mais profundas
encontradas dentro do próprio Hatha Yoga ou de outras linhas
devidamente orientadas.
Obs .: É possível o despertar do Muladhara através de um
acidente (Pressão exercida no ponto entre o ânus e os genitais
através de uma queda brusca), só que seus efeitos seriam um
tanto arriscados, pois a sensação da morte é eminente.
Manaskriyá, a mentalização criativa
Esta é uma técnica usada para desenvolver, unificar e
direcionar o potencial mental que, de modo geral, está
disperso. Essa técnica nada tem a ver com auto-sugestão ou
hipnose, mas consiste em concentrar a energia do pensamento de
forma que seja criado no plano mental o objetivo que desejamos
ver realizado em outro plano qualquer da nossa existência.
Manaskriyá significa literalmente atividade mental.
A atividade rotineira, dispersiva, reduz consideravelmente a
capacidade de realização que possuímos. Com a mentalização
unificamos essa energia psíquica que habitualmente se encontra
dispersa e nos concentramos em um objeto só, de maneira que
este se cristalize na realidade. Ao criar esse alvo no plano
mental, estamos criando ao mesmo tempo um substratum
psicológico favorável para que ele se manifeste no mundo
objetivo.
Visualizar é transformar idéias ou conceitos abstratos em
imagens mentalmente visíveis.
No Universo, todo é energia em forma de vibração. O pensamento
também é uma manifestação dessa energia, que vibra em um plano
mais sutil. Ao unificar os pensamentos, fazemos um processo de
condensação dessa energia, concentrando e desenvolvendo o nosso
potencial e precipitando, criando no plano mental o que
desejamos concretizar.
Isto tem diversas aplicações práticas no nosso dia a dia. Um
pensamento potencializado facilita a realização de qualquer
objetivo. Claro que isto não é instantâneo, nem se trata de
ficar sentado fazendo pedidos. Se precisa de muita persistência
para se chegar lá; a velocidade da realização de algum objetivo
vai depender da quantidade de energia mental e física investida
nele. Através do manaskriyá vamos direcionar os efeitos da
prática de acordo com os nossos interesses. Apresentamos a
seguir quatro recursos, que poderão ser utilizados durante o
seu sádhana pessoal.
Visualização de cores
Cada cor tem um efeito bem definido sobre o ser humano, nos
diversos planos da existência. No sádhana, pode ser utilizada a
visualização de diversas cores, conforme os objetivos do
praticante. As cores escolhidas devem ser sempre claras, suaves
e luminosas. Evite as escuras, carregadas, pesadas, muito
quentes ou demasiado frias.
O alaranjado é estimulante, vitalizante, energético e está
relacionado à saúde fisiológica.
O rosa vibra afetuosidade, carinho, amor, compreensão.
O verde esmeralda é a cor da paz, alegre e extroversor.
O azul turquesa tranqüiliza, relaxa e descansa.
A cor lilás vibra proteção, meditação, subtilização kârmica.
O violeta neutraliza o karma negativo e eleva a tônica
vibratória.
O dourado ativa o poder mental, a realização e as funções
psíquicas e está ligado à vida e ao calor do sol.
Faça a respiração completa. Ao inspirar, visualize a cor com a
qual você irá trabalhar como se fosse uma infinita quantidade
de minúsculas esferas luminosas preenchendo o ar à sua volta.
Acompanhe esses pontos de luz colorida visualizando que eles
penetram pelas narinas a cada inspiração, percorrendo os
condutos respiratórios e chegando até os pulmões.
Durante a retenção com ar visualize que os alvéolos absorvem a
luz e que ela passa para o sangue, banhando o seu corpo por
dentro e impregnando cada célula. Ao exalar imagine essa cor
emanando pelos poros, como se fosse um vapor brilhante. Imagine
o seu corpo irradiante como o sol, vibrando nessa cor. Repita o
exercício diversas vezes.
Uma outra forma de se fazer este exercício é direcionando a cor
para algum ponto específico, uma região do organismo que você
quiser beneficiar ou alguma circunstância que desejar
influenciar.
Mentalização direcionada
Quando quiser ver realizado um objetivo qualquer, deverá
visualizá-lo diariamente. Para aumentar a força de visualização
é importante que os pensamentos permaneçam estáveis, fixos
nessa contemplação. Faça vários ciclos de respiração completa e
ritmada, visualizando luz dourada envolvendo o seu espaço vital
e imagine no interior de sua cabeça uma tela mental. Projete
nela uma imagem ou uma série de imagens que representem o seu
objetivo da forma mais clara possível, como se ele já estivesse
acontecendo. Conclua o exercício visualizando todo o seu corpo
brilhando como um sol dourado.
Manaskriyá para despertar kundaliní
Na posição de meditação da sua preferência, utilize a
respiração completa, mantendo o ritmo quadrado e visualizando o
prána entrando pelas narinas. Inspire de forma lenta, profunda
e controlada, direcionando e concentrando o prána no múládhára
chakra, que começa a ser ativado e adquire uma coloração de
brasas incandescentes. Durante a retenção com os pulmões cheios
visualize a kundaliní na forma de uma serpente ígnea,
ascendendo pelo interior da sushumná nádí. Na sua ascensão,
kundaliní desperta e ativa cada chakra, fazendo com que eles se
desenvolvam e brilhem intensamente. Faça jihva bandha e múla
bandha. Na expiração sinta a força no ájña chakra, ativando e
despertando as potencialidades deste centro: mente superior,
conhecimento e intuição linear. Ao reter a respiração com os
pulmões vazios, mentalize que essa energia chegou no sahásrara
chakra, na forma de luz dourada e começa a jorrar desde o alto
da cabeça. Repita o exercício diversas vezes, mantendo sempre
clara a imagem da ascensão da energia ígnea até o padma
coronário.
Manaskriyá para ativar os chakras
Na posição e atitude anterior, direcione o prána na inspiração
para o chakra que quiser desenvolver. Visualize a bioenergia na
forma de milhões de minúsculas esferas luminosas penetrando
nesse centro. No tempo da retenção, kúmbhaka, imagine este
chakra tornando-se intensamente luminoso, com a sua cor
própria. Visualize-o pulsando, enquanto executa mentalmente o
bíja mantra correspondente. Ao exalar imagine o chakra
irradiando luz e energia em todas as direções. Com os pulmões
vazios, permaneça em contemplação, sempre concentrado no centro
de força que estiver ativando. Você poderá fazer um ciclo sobre
cada centro ou vários ciclos naquele chakra específico sobre o
qual estiver trabalhando.
Fim.
fonte: CristaisdeCurvelo - www.cristaisdecurvelo.com.br - Tudo o que você precisa saber sobre chakras LIVRO
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